Nessa manhã, quando abri os olhos pela primeira vez, vi as folhas da palmeira sacudidas pelo vento, com pequenas gotas de orvalho que restaram de uma noite chuvosa. Depois, vi meus pais, a água da torneira, a toalha cor de rosa, o piso de cerâmica branca, o jornal da manhã noticiando tragédias, meus cães e uma outra infinidade de coisas que eu vejo e enxergo, entre outras mil que vejo, mas nem noto.
Eu vejo crianças brincando nas ruas e sorrio, vejo meu livro tão cheio de letras e viajo, vejo um acidente tão cheio de sangue e me assusto, vejo um rosto tão rancoroso e entristeço, vejo minha vida tão sempre mudando e gargalho, vejo minha família com tanto orgulho que choro e vejo teu rosto com tanto carinho que suspiro.
Meus olhos são tão dedicados a trabalhar diariamente como um jornalista e repassar ao meu cérebro inúmeras informações que se transformam em sentimentos, gestos, expressões, risos e lágrimas.
Aos meus olhos dedico o sincero e intenso sentimento de mais pura gratidão. Eles que me acompanham e me relatam todos os dias o mais bonito filme de todos, de história tão surpreendente e personagens hilários.
Hoje, estou atenta ao que vejo, e o que enxergo é especialmente encantador!
Hoje me dedicarei a homenagear os olhos, dando mais valor a sua importante função na industria de mim.
Hoje eu vejo e enxergo, hoje eu existo mais, hoje sou mais grata a esses grandes e escuros olhos que me possibilitam estar aqui lhes escrevendo para agradecer. Muchas gracias ojos míos!

Muito obrigada janelas de mim que me levam voar!

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